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umbanda - a religião brasileira
umbanda - a religião brasileira
A UMBANDA SE ALIMENTA E DÁ SUSTENTO A TODAS AS ESTRUTURAS SÓCIO-CULTURAIS DO BRASIL
Olá irmãos. Esse conteúdo conta um pouco da história da religião. Sabemos que existem outras vertentes de estudo, que apresentam outros fatos sobre a origem e a constituição da nossa religião. No entanto deixaremos para uma outra postagem. Saravá sua Coroa e boa leitura.
A Umbanda é uma religião legitimamente brasileira, com fundamentos bem enraizados tanto em seus adeptos quanto em seus praticantes. Abaixo descrevo a história da fundação dela, no entanto acho importante, como reflexão, trazer fatos que antecedem a data da sua fundação. Como o “culto” do Catimbó, ou também denominado de Catimbó-Jurema, ou de Jurema Sagrada, que datam do século XVI. Ainda há o caso da inquisição sofrida por Luzia da Soledade, também
conhecida por Luzia Pinta, da cidade de Sabará em Minas Gerais, cujo ato foi descrito e o documento se tornou público graças à internet. Enfim, cito apenas dois, mas fatalmente existem muitos outros acontecimentos que mostram como a Umbanda é acima de tudo uma estrutura cultural do Brasil.
Entre os anos de 1907 e 1908 um jovem chamado Zélio Fernandino de Morais, com cerca de 17 anos na época, passou a apresentar comportamento estranho cuja família denominava de "ataques". Por vezes o jovem aparentava ser um velho dizendo coisas incompreensíveis, em outros momentos se comportava como um animal. Após ter sido examinado por inúmeros médicos, seguiram o conselho de um deles, que orientou a família a levá-lo a um padre. Em verdade Zélio foi levado a um centro espírita, onde, no dia 15 de novembro foi convidado a sentar-se à mesa da sessão na Federação Espírita de Niterói, na época presidida por José de Souza.
Durante a sessão Zélio se levantou já incorporado por um espírito e foi até o jardim para buscar uma flor e colocá-la no centro da mesa, infringindo a regra de não sair da mesa após a sessão iniciada. Em seguida, Zélio incorporou um espírito que se apresentou como escravo negro e na sequência o de um índio. Foi quando o diretor dos trabalhos alertou aos espíritos sobre seu atraso espiritual, convidando-os a sair da sessão. Tal fato não ocorreu e com isso passaram a indagar o espírito que se fazia presente, que respondeu algumas indagações da seguinte forma:
“O que você vê em mim são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria, fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como Caboclo brasileiro.”
“Se julgam atrasados esses espíritos dos negros e dos índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho para dar início a um culto em que esses negros e esses índios poderão dar a sua mensagem e assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminho fechado para mim.”
No dia seguinte, na residência da família de Zélio, na Rua Floriano Peixoto, nº 30, em Neves, São Gonçalo, Rio de Janeiro, reuniram-se os membros da Federação Espírita, visando comprovar a veracidade do que havia sido declarado pelo jovem. Zélio incorporou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, que declarou que os espíritos de negros escravos e índios brasileiros poderiam vir e trabalhar em auxílio aos irmãos encarnados, sem olhar cor, raça ou posição social. E neste dia fundou o primeiro terreiro de umbanda denominado de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade. Em 1918, dando início ao trabalho de propagação da Umbanda foram abertas sete tendas, respectivamente: Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia, Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, Tenda Espírita Santa Bárbara, Tenda Espírita São Pedro, Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita São Jorge e Tenda Espírita São Gerônimo.
Mais de 1.000 templos foram fundados até a morte de Zélio em 1975.
Rio de Janeiro, 13/03/2024 - Texto de fevereiro de 2016 retirado da apostila de iniciação.
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